GATOS
A Grande
Invasão com a paixão D & G
GATOS
A Grande Invasão com a paixão D & G
A grande
invasão dos gatos, quanto a nós começou nos meados do séc. XX, a partir do
momento em que Audrey Hepburn apareceu no filme “Breakfast at Tiffany” (1961)
com o seu gato e quando a revista “Jours de France” publicou a actriz com o
gato, em Janeiro de 1962.
Contudo, foi
preciso decorrer algum tempo até que os gatos, felinos que habitavam entre as ramagens das árvores
durante o dia, e senhores dos telhados, local onde marcavam as “assembleias”
miando durante a noite, especialmente sob os luares de Janeiro, ganhassem
estatuto de animais de estimação.
Alimentavam-se
dos roedores que caçavam (ratos) e dos restos de comida que apanhavam nos
lixos.
Nas
principais cidades do país, em certas casas dava-se então peixe aos gatos, mas
não tinham direito a entrar em salas de visitas.
Mas, isto
foi assim até que a mulher mais chique da história do cinema teve orgulho no
seu gato dando-lhe todas as atenções. Falamos de Audrey Hepburn, (1929-1993), a
grande senhora do mundo do cinema que revolucionou entre muitas outras modas, o
interesse pelos gatos.
Todavia, o
remate final surgiu com a paixão de Karl Lagerfeld pela sua gata Choupette que
até já tem marcas licenciadas em seu nome, mas com ligeiras alterações.
A gata mais
famosa do mundo da moda tem mais mordomias do que a maior parte do comum dos
mortais.
Dona
Choupette foi capa da Vogue Brasil, ao colo da manequim Gisele Bundchen brinca
com bolinhas e outros brinquedos, passa horas lambendo o seu pelo como qualquer
outro gato, mas com a grande diferença de ter duas criadas exclusivamente ao
seu serviço.
Como se isto
fosse pouco, tem conta bancária, a sua sobrevivência assegurada, alimenta-se de
comida preparada por chefes de topo, viaja de avião a jacto na cabine do
piloto, segue dieta com um nutricionista e vai todas as semanas ao veterinário
para escovar os pelos e fazer exames sanitários.
Toda esta
mudança faz confusão a qualquer mortal que leia ou veja nos telejornais que
existem crianças subnutridas, a morrer de fome em muitos países africanos. E,
também há fome na Europa!
Sabemos que
a história do gato doméstico remonta à Antiguidade. Sabe-se através dos estudos
de biólogos e historiadores que estes felinos têm acompanhado os homens há
tanto tempo que se torna possível afirmar que a sua História se chega a
confundir com a própria História da Humanidade.
Os gatos que
conhecemos são uma adaptação evolutiva dos gatos selvagens africanos, o que faz
com que mantenham diversas características dos felinos selvagens, tais como o
costume de caminhar em silêncio, usando as suas almofadas plantares e as unhas
retrácteis.
O mais
antigo dos seus ancestrais é o “Miacis”, mamífero que viveu há cerca de 40
milhões de anos, no final do período paleoceno, possuidor do hábito de caminhar
sobre os galhos das árvores.
A evolução
desse animal deu origem ao “Dinictis”, animal que já possuía a maior parte das
características presentes nos felinos actuais.
A
sub-família “Felinae” que agrupa os gatos domésticos surgiu há cerca de 12 milhões
de anos, expandindo-se a partir de África até alcançar as terras onde
actualmente se situa o Egipto. Segundo os grandes investigadores da Antiguidade
clássica, foram os egípcios o primeiro povo a adoptar os gatos como animais de
trabalho e estimação. Os gatos de estimação são muito mais sensíveis do que os
gatos vadios porque o convívio com as pessoas torna-os muito mais mansos. O
trabalho dos gatos foi muito levado em consideração porque eram eles que
exterminavam os ratos que invadiam os silos de cereais e outros espaços onde se
armazenavam os alimentos.
Nestas
estimas, afinal, há sempre por trás, o interesse.
Registos
encontrados no Egipto, como gravuras, pinturas e esculturas de gatos, indicam
que a relação desse animal com o homem, tiveram início há cerca de 9.500 anos.
Elementos
encontrados em escavações indicam que, nessa época, os gatos eram venerados e
considerados animais sagrados. Bastet (Bast ou Fastet), a deusa da fertilidade
e da felicidade, considerada benfeitora e protectora do Homem, era representada
por uma mulher com cabeça de gato e frequentemente rodeada de vários outros
gatos.
O amor dos
egípcios pelos gatos era tão importante que existiam leis a proibir que os
gatos fossem “exportados”. Qualquer viajante que fosse apanhado a traficar um
gato era punido com a pena capital. Quem matasse um gato era punido da mesma
forma e, em caso de morte natural do animal, os seus donos deveriam usar trajes
de luto.
Hoje, há
muitos familiares próximos, filhos, pais e irmãos, que nem luto fazem… Que reviravoltas
se têm visto neste mundo!
E, passamos
adiante pelos gatos que alcançaram a Pérsia antiga, para passarmos à posição
privilegiada dos gatos na Europa cristã até à Idade Média. Depois, pobre gatos
que foram acusados de associação a maus espíritos e acabaram queimados com as
pessoas acusadas de bruxaria.
Com o final
da Inquisição, os gatos foram novamente aceites nas moradias e nos navios,
assumindo a função de caçadores de roedores.
Subiram de
categoria e até eram considerados animais chiques que gozavam de boa posição
social. Foi o tempo de criar raças puras, com “pedigree”. Uma das primeiras
raças criadas para essa finalidade foi a persa, que ficou conhecida após a sua
introdução pelo viajante italiano Pietro della Valle.
A primeira
exposição de gatos, teve lugar Londres no ano de 1871.
A Baronesa
de Resende, de seu nome Maria do Carmo de Mendonça Pessanha Valdez de Moura
Moraes de Resende, primeira locutora oficial portuguesa, que trabalhou na
Emissora Nacional e, também no Rádio Clube Português, era uma mulher
vanguardista que vivia fascinada pelo seu gato de estimação. Faleceu em 1982 e
não foi preciso esta moda actual de todas as senhoras viverem fascinadas por um
gatinho, para que ela não visse, segundo palavras suas: “uma grande nobreza nos
gatos”. Todo o farrapo tem honrarias, a esta grande senhora a quem chamávamos
uma “Enciclopédia Ambulante” nem tem uma rua. Mas, para lhe darem uma ruazinha
em Alfragide como o fizeram com a Maria Leonor é melhor deixarem-na em Paz. Este
país tem dirigentes sem memória.
A Moda dos
gatos com gatos
Para
ilustrarmos esta onda que se cruza de norte a sul e de este a oeste, em
Portugal, escolhemos cinco modelos de uma das duplas da nossa eleição: Dolce
& Gabanna. Eles sabem agradar às suas clientes. Parabéns Domenico Dolce e
Stefano Gabanna. Estes modelos com gatos são uma graça!
Marionela
Gusmão
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