domingo, 3 de julho de 2016



BREXIT, BREXIT, BREXIT

Desde os últimos dias de Junho que só ouvia os senhores bem-falantes das televisões e das rádios, a falarem sobre o resultado eleitoral do Brexit.
As minorias políticas portuguesas apoiavam. As maiorias ficaram como se tivessem visto um filme de terror.
Pouco dada a política, despertei para entender o que significaria essa palavra, que afinal se resume na abreviação de “British exit” (literalmente a saída da Grã-Bretanha) que facilmente se traduz em “saída inglesa”.
No meio da confusão que se instalou após as eleições do “Brexit”, o que pensará Sua Majestade a Rainha Isabel II de Inglaterra?
O povo que se tem manifestado contra, terá direito a voto?
As uniões da Grã-Bretanha com alguns estados da Europa nunca foram fáceis.
Quando, em Março de 1957, o tratado de Roma instituiu a Comunidade Económica Europeia, apenas os seis estados fundamentais o assinaram e o Reino Unido não participou. Mais tarde o Mercado Comum que possibilitou a prosperidade aos países signatários, tentou outra vez a adesão da Grã-Bretanha, que se encontrava então em plena recessão económica. Mas, nada os demoveu dos seus princípios.
A Rainha Isabel II de Inglaterra fez as honras no Buckingham Palace ao Presidente da República Francesa, Sr. Charles de Gaulle e sua mulher, mas não passou daí.
A 1 de Janeiro de 1973, Edward Heath, Primeiro-Ministro de Isabel II, obtém finalmente a adesão do Reino-Unido que acaba de formar, com a Dinamarca e a Irlanda, a Europa dos nove.
Os problemas começaram quando Wilson, o novo Primeiro-Ministro trabalhista, reclamava um referêndum para a saída da União. E o referêndum teve lugar em 1975 com 67% dos votos a favor dados pelos conservadores. Com Margaret Thatcher como Primeira-Ministra, a oposição ao super “Estado Europeu” fez tremer Jacques Delors quando a Dama de ferro pronunciou a sua célebre fórmula: “I want my Money back”.
Por aqui se vê, a razão pela qual a Grã-Bretanha permaneceu com a sua libra e rejeitou o euro. Teve razão!
A mim que sou uma cidadã comum, se me tivessem permitido votar a favor ou contra a entrada da União Europeia, dada a minha experiência em contactar com muitos portugueses de vários estratos sociais, teria votado: NÃO. Mas, agora é tarde. Depois de converterem os meus escudos com a paridade de um euro a 200$00, (um roubo, o primeiro da série) quando com esses escudos comprava tantos bens de primeira necessidade, não volto atrás. Podem fazer os referendos que quiserem que eu respondo com a velha frase popular: “quem me comeu as polpas, que me roa os ossos”. Mas, não me tirem mais nada! Estabeleçam igualdades, no poder de compra. Todos temos os mesmos direitos, às mesmas igualdades, já que temos os mesmos deveres. Ainda gostaria de saber quem foi o cérebro iluminado que achou que um euro valia 200$00.


Marionela Gusmão

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